Perfil clínico de neonatos de muito baixo peso internados em uma Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal / Clinical profile of very low weight newborns in a Neonatal Intensive Care Unit

Objetivo: Descrever o perfil de recém-nascidos prematuros de muito baixo peso (RNMBP) internados em uma UTI Neonatal de um hospital público do Rio Grande do Sul. Métodos: Estudo retrospectivo documental com coleta de dados nos prontuários de recém-nascidos com peso inferior a 1500 g internados entre janeiro e dezembro/2009. Resultados: A amostra foi composta por 153 RNMBP, os quais apresentaram média de idade gestacional (IG) de 30,07±3,27 semanas, peso ao nascimento (PN) de 1082,92±275,73, tempo de ventilação pulmonar mecânica (VPM) de 13,34±17,23 dias. A incidência de displasia broncopulmonar esteve associada ao tempo de VPM, à presença de enterocolite necrosante e à persistência do canal arterial. O tempo de permanência em VPM esteve associado ao tempo de internação e ao peso de nascimento. A incidência de hemorragia intracraniana esteve associada ao tempo de VPM, à IG e ao PN. O óbito total nessa amostra foi de 40(26,14%) e 60(39%) dos recém-nascidos que receberam atendimento fisioterápico. Conclusão: Observou-se alta taxa de morbimortalidade sendo ela inversamente proporcional ao peso de nascimento dos bebês estudados.

Aim: To describe the profile of preterm newborns of very low birth weight (VLBW) hospitalized in the Neonatal Intensive Care Unit (NICU) of a public hospital in Rio Grande do Sul. Methods: Retrospective documentary study with data collection from medical records of newborns weighing less than 1500 g, hospitalized from January to December/2009. Results: The sample consisted of 153 VLBW newborns who had a mean gestational age (GA) of 30.07±3.27 weeks, birth weight (BW) of 1082.92±275.73, duration of mechanical ventilation (MV) of 13.34±17.23 days. The incidence of bronchopulmonary dysplasia was associated with duration of MV, the presence of necrotizing enterocolitis and patent ductus arteriosus. The duration of MV was associated with hospitalization and birth weight. The incidence of intracranial hemorrhage was associated with duration of MV, the GA and BW. The total deaths in this sample was 40(26.14%) and 60(39%) of newborns who received physical therapy treatment. Conclusion: There was a high morbidity and mortality rate inversely proportional to birth weight of the newborns of the study.

Força muscular periférica no processo de desmame e extubação de doentes críticos

A fraqueza muscular periférica é comumente encontrada em pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e está associada a um maior tempo de ventilação mecânica (VM), tempo de internação na UTI e hospitalar, e mortalidade. Avaliar a influência da força muscular periférica no processo de desmame da VM e extubação de pacientes críticos e analisar se há associação da força muscular periférica com força da musculatura respiratória, tempo de internação na UTI e no hospital, e desfecho (alta ou óbito). Avaliou-se pacientes internados em uma UTI, submetidos à ventilação mecânica por mais de 48 horas e extubados. Foi coletado dados nos prontuários referentes a características demográficas, PImáx e PEmáx, tempo de internação hospitalar e na UTI, desfecho (alta ou óbito). Foi avaliada a força muscular periférica através do escore ― Medical Research Council (MRC) e da dinamometria de preensão palmar (DmPP). A amostra foi composta por 99 pacientes com idade média de 57,45±15,3 anos. 74,7% dos pacientes apresentaram valor do MRC <48, a mediana da DmPP foi de 7,35 (3,44-13,50). Houve associação significativa entre a força de membros superiores com PImáx (r=-0.295), PEmáx(r=0,288), Sucesso na extubação(r=0,228), tempo de internação na UTI(r=-0,301) e hospitalar (r=-0,199). A força de membros inferiores teve associação significativa com sucesso na extubação (r=0,208), tempo de internação na UTI (r=-0,317) e hospitalar (r=-0,257). A DmPP correlacionou-se com PImáx (r=-0,267), PEmáx (r=0,342), e tempo de internação na UTI (r=0,338). Não foi encontrada correlação com mortalidade. A incidência de fraqueza muscular periférica foi alta, fator que associou-se a falha de extubação, fraqueza muscular respiratória, maior tempo de permanência na UTI e no hospital, embora não tenha sido encontrada associação com a mortalidade